Pessoas desaparecidas são tema da nova mostra no Centro Dragão do Mar

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) apresenta de 30 de agosto a 29 de setembro de 2019, no Museu da Cultura Cearense, do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, a mostra imersiva “A falta que você faz”. Com fotografias de Marizilda Cruppe e direção artística de Rogério Costa, os retratos e vídeos da instalação contam um pouco da história, dos desafios e angústias de 19 famílias brasileiras que sofrem com o desaparecimento de um familiar, uma experiência invariável e incontestavelmente devastadora.

Familiares de Desaparecidos
Débora Alves Inácio, no Balneário Santa Júlia, em Itanhaém, litoral sul de São Paulo. Débora morava em Itanhém quando o filho Kaio desapareceu. Hoje ela mora em São Paulo e vai muito pouco ao litoral. Débora concordou em fazer as fotos na praia, pois é um lugar que a faz lembrar do filho.
Foto Marizilda Cruppe.

“Mais do que dar visibilidade para o assunto, queremos sensibilizar a população do Ceará para essa problemática que é tão universal”, afirma a chefe da delegação do CICV para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, Simone Casabianca-Aeschlimann. “Com esta exposição, que abre ao público em 30 de agosto, Dia Internacional dos Desaparecidos, lembramos que os familiares têm o direito de saber o destino e o paradeiro do seu ente querido.”

Os retratos que compõem a mostra, produzidos ao longo de três anos em visitas às casas dos familiares em diversas cidades brasileiras, como Curitiba, Fortaleza, Maceió, Rio de Janeiro e Sáo Paulo, foram editados em video mapping por Rogério Costa especialmente para o espaço do museu cearense. Assim, o visitante vivencia uma experiência de imersão no drama das personagens.

“Quando se expande o material, você diminui o papel do espectador, que se vê cercado por imagens de grande apelo visual. Você vê a pele das pessoas, ouve seus relatos e sente empatia pelo sofrimento delas”, afirma Marizilda, que acredita no potencial transformador e mobilizador da imagem. “A minha proposta criativa era criar um ambiente imersivo para concentrar o foco nas imagens e criar uma narrativa sensorial que trouxesse o espectador um pouco para esse mundo, para que ele entendesse um pouco essa dor”, complementa Rogerio.

Com essa exposição, que já foi exibida no Museu Nacional em Brasília e no Museu da Imagem e do Som em São Paulo, o alcance do tema do desaparecimento é ampliado para um público mais vasto, sensibilizando mais pessoas sobre uma questão que aflige milhares de pessoas.

Segundo levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) durante 2017, foram reportados 82.684 casos de desaparecimentos às polícias civis no Brasil.

O CICV trabalha para identificar e compreender as necessidades dos familiares de pessoas desaparecidas e apresentar para as autoridades responsáveis recomendações que permitam oferecer respostas adaptadas a tais necessidades. Essa ação humanitária é desenvolvida em mais de 50 países, incluindo o Brasil.

Atividades paralelas

Além da mostra imersiva, o CICV busca fomentar mais debates e reflexões sobre a problemática de pessoas desaparecidas. Dentre as atividades paralelas, estão previstas uma aula aberta com a fotógrafa Marizilda Cruppe e o diretor artístico Rogerio Costa e uma mesa-redonda sobre o impacto do desaparecimento na vida das famílias.

Confira a programação:

Mostra imersiva “A falta que você faz”

30 de agosto a 29 de setembro

Terça a sexta-feira: 9h às 19h (entrada até 18h30)

Sábado e domingo: 14h às 21h (entrada até 20h30)

Local: Museu da Cultura Cearense

Viver com a ausência: o impacto do desaparecimento de pessoas para as famílias

Mesa-redonda com representantes do CICV e familiares

30 de agosto, 16h

Local: Auditório do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

Narrativas Visuais Humanitárias

Aula aberta com Marizilda Cruppe, Rogerio Costa e familiares

30 de agosto, 19h

Local: Auditório da Escola Porto Iracema das Artes

 

Marizilda Cruppe é fotojornalista. Em sua experiência profissional acumula passagem de 20 anos pelo jornal O Globo, além de colaborações para o The New York Times, The Guardian, Svenska Dagbladet, além das revistas TPM e Trip. Desenvolve séries fotográficas para organizações não-governamentais do porte do Greenpeace, Médicos Sem Fronteiras, Oxfam, Banco Mundial e o CICV. Dentre as premiações fotográficas, conta com o prestigiado concurso de fotojornalismo World Press Photo, do qual foi jurada em duas ocasiões.

 

Rogerio Costa é diretor artístico, designer, artista visual e o responsável pela criação artística do video mapping da exposição A falta que você faz. Artista com atuação em cinema, televisão, teatro, shows e eventos há quase três décadas, entre seus principais projetos destacam-se: a criação do projeto em motion graphics para a projeção em video mapping do Cubo Ecossistemas no Museu do Amanhã, a criação do videografismo da Sala dos Rádios no Museu do Futebol. No cinema e na televisão, já assinou a criação de projetos em motion graphics para várias produções nacionais, incluindo Boca de Ouro, O Auto da Compadecida, A Divisão, Pastor Claudio, entre outros.

 

Serviço:

 

Exposição: “A falta que você faz”, fotografias de Marizilda Cruppe, vídeos da Realejo Filmes e video mapping de Rogério Costa

Abertura: 29 de agosto, quinta-feira, às 19 horas

Período expositivo: de 30 de agosto a 29 de setembro de 2019

Local: Museu da Cultura Cearense – Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura

Endereço: Rua Dragão do Mar, 81 – Praia de Iracema – Fortaleza – Ceará

Horários: Terça a sexta-feira: 9h às 19h (entrada até 18h30)

               Sábado e domingo: 14h às 21h (entrada até 20h30)

               Sábado e domingo: 14h às 21h (entrada até 20h30)

Entrada gratuita

Confira mais em: http://www.dragaodomar.org.br/espacos/museu-da-cultura-cearense

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