A Natura será uma das empresas participantes do Emerge Amazônia, iniciativa de inovação aberta que identificará as tecnologias brasileiras mais disruptivas capazes de gerar resultados socioeconômicos de maneira sustentável a partir da biodiversidade amazônica. O projeto alavancará soluções de base científica selecionadas em universidades, institutos de pesquisa e startups com foco em insumos da floresta que poderão ser aplicadas a diferentes setores da indústria.
Com duração de 42 semanas, o Emerge Amazônia é liderado pela consultoria de inovação Emerge e será composto por quatro etapas: definição dos desafios, mapeamento de tecnologias, estruturação dos business cases e desenvolvimentos da tecnologia e do negócio. A partir do mapeamento, a previsão é desenvolver o business case de até nove tecnologias para, então, investir e estruturar até três startups, preparando-as para uma nova rodada de captação de investimento ou venda da inovação. As propostas poderão ser submetidas na plataforma da Emerge a partir de 31 de maio. O projeto também será apresentado durante um evento, em 23 de junho, que abordará um painel sobre a biodiversidade amazônica e o valor da tecnologia para promover a conservação da floresta.
De acordo com Roseli Mello, líder global de P&D da Natura, iniciativas com o potencial de promover a economia de floresta em pé são prioritárias para a empresa, que participará do projeto por meio do Programa Natura Campus, que desde 2006 mantém relacionamento com a comunidade acadêmica para o desenvolvimento científico e tecnológico. Atualmente, 16,5% dos insumos dos produtos da marca vêm da região por meio de um modelo de negócio social e ambientalmente justo, regenerativo, assim como economicamente viável.
“Trabalhamos há mais de 20 anos com o modelo de inovação aberta em busca de soluções disruptivas que contribuam para apoiar uma nova economia local que aumentem a competitividade do Brasil no exterior, além de promover a conservação da Amazônia e o bem-estar para as pessoas com renda, educação e inclusão”, afirma Roseli. “Esperamos que as tecnologias encontradas no programa possam culminar em bioingredientes e soluções que futuramente integrem o nosso portfólio de produtos e serviços, mas que, acima de tudo, tenham o potencial de desenvolver toda a cadeia de valor, gerando impacto positivo para todos os atores envolvidos”, acrescenta. Até o momento, a Natura já desenvolveu 39 bioingredientes amazônicos, adquiridos de cerca de 85 cadeias de fornecimento, e mantém relacionamento com 34 comunidades agroextrativistas na Amazônia, abrangendo 7.039 famílias.
A executiva recorda que a Natura tem um compromisso histórico com a sustentabilidade. Com o lançamento da linha de cuidados pessoais Natura Ekos, em 2000, a marca passou a incorporar ativos da biodiversidade brasileira em sua cadeia produtiva. Em 2019, lançou a causa pública chamada Amazônia Viva, que tem o intuito de promover a economia de floresta em pé como vetor de desenvolvimento para a Amazônia e, a partir disso, combater o desmatamento na região. Até hoje, a Natura contribuiu para conservar 2 milhões de hectares na floresta.
Em 2020, a causa da conservação da Amazônia passou também a integrar as metas do grupo Natura &Co, composto por Natura, Avon, The Body Shop e Aesop. No documento Visão 2030: Compromisso com a Vida, divulgado pelo grupo no ano passado, diversos objetivos de conservação foram traçados, entre eles combater as mudanças climáticas e proteger a floresta. Uma das metas é reunir esforços coletivos para garantir o desmatamento zero da Amazônia até 2025. Para alcançar esse compromisso público, a Natura aposta na articulação com outras empresas e organizações parceiras.