Com o tema “Corpo Ancestral”, a abertura da exposição está prevista para o dia 19 de outubro de 2021
Dedicada a investigar como os saberes e epistemologias tradicionais e não hegemônicos têm sido reivindicados pela produção artística contemporânea, a 21ª edição da Unifor Plástica terá como tema “Corpo Ancestral” e estará aberta para visitação a partir do dia 19 de outubro de 2021. Responsável por apresentar as produções de artistas cearenses e nacionais, a Unifor Plástica deste ano contará com três homenagens a grandes figuras do Ceará que fizeram história.
A mostra estará organizada em torno de três núcleos. O primeiro, intitulado “Pós-utopia”, apresenta obras que questionam a ideia de futuro como metáfora do progresso. De acordo com o curador da edição, Marcelo Campos, a perspectiva de futuro utópico, que traria respostas para os problemas e fracassos do presente, anda em crise. Por outro lado, a mesma perspectiva deixou de fora os saberes tradicionais, acreditando no progresso tecnológico e na extinção de práticas locais.
“Diante da dificuldade cada vez mais latente de instituir alternativas coletivas que sejam reconhecidas para a extinção da pobreza, da violência e da desigualdade, veremos obras que desfazem e refazem bandeiras e emblemas oficiais, investigam terras arrasadas e atestam o colapso destes tempos de incertezas”, destaca o curador.
Já o segundo núcleo, de título homônimo ao da mostra – “Corpo Ancestral”, apura a produção de subjetividade a partir de corpos divergentes e não normativos. Nesta segunda parte, as obras giram em torno do empoderamento, da fabulação de identidades e da reivindicação dos saberes ancestrais como estratégia de produção de sobrevivência e vitalidade.
Por fim, um terceiro núcleo, intitulado “Naturezas”, partirá do pressuposto de que a divisão entre natureza e cultura, entre o “inato” e o “aprendido”, é uma forma de fazer política, de separar, ordenar, categorizar e distinguir. “Não existe propriamente nem natureza e nem cultura, mas associações, conexões, agrupamentos de diferentes ordens. Sendo assim, as pessoas verão obras que exploram a relação do trabalho com a terra, o imaginário das formas orgânicas da natureza e as invenções da paisagem”, relata Marcelo Campos.
Homenagens
Esta edição também será responsável por homenagear a artista Nice Firmeza (1921-2013). Professora, doceira e bordadeira, Nice foi uma das mulheres pioneiras nas artes visuais no Ceará, além de ter sido nomeada Tesouro Vivo/Mestre da Cultura, pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), em 2007.
Além dela, também será homenageado o professor, pesquisador e escritor Gilmar de Carvalho (1949-2021), importante figura da cultura cearense e nordestina, falecido este ano.
Letícia Parente (1930-1991), artista representante da 1ª Unifor Plástica, em 1973, também está entre os homenageados. O trabalho de Letícia é uma demonstração do quanto a Fundação Edson Queiroz, em seus 50 anos de existência, desenhou nesse projeto de exposição um pioneirismo na cena das artes visuais do Ceará. Hoje, Parente integra a coleção da Fundação Edson Queiroz.
Serviço
Abertura: 19 de outubro de 2021
Local: Espaço Cultural Unifor (Av. Washington Soares, 1321. Bairro Edson Queiroz)
Curadoria: Marcelo Campos
Assistente de curadoria: Pollyana Quintella