Neurologistas realizam em Fortaleza campanha sobre Polineuropatia Amiloidótica Familiar

A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) inicia campanha nacional para conscientizar os cidadãos sobre uma doença genética rara conhecida como PAF, a Polineuropatia Amiloidótica Familiar. A ação também visa disseminar informações para a própria classe médica, já que muitos sintomas são também comuns a outros males, dificultando diagnóstico e tratamento adequado.

 Fortaleza será palco de uma dessas ações. Em 17 de junho às 10:30 da manhã, na Universidade Federal do Ceará (UFC), ocorrerá palestras que visam conscientizar sobre neuropatias periféricas, entre elas a PAF. Serão três aulas que abordarão generalidades da doença, diagnóstico e ainda uma palestra sobre neuropatias hereditárias.

Francisco Gondim coordenador do evento e do Departamento Científico de Neuropatias Periféricas da ABN. Segundo ele, a ação é uma forma de educar “É muito importante pela possibilidade de promoção do diagnóstico das neuropatias periféricas em geral pois, ainda existem muitas dúvidas do público médico e do leigo e iniciativas como essa são de extrema valia para a sociedade” concluiu.

A PAF provoca a perda progressiva de movimentos e atrofia muscular. Caso não seja tratada nos primeiros dez anos após o surgimento de sintomas iniciais, pode levar à morte.

Mais comum em descendentes de portugueses, tem prevalência importante no Brasil, se comparados os dados de outros países. É decorrente de uma falha de um gene que possui a função específica de condensar a proteína transtirretina (TTR), no fígado. Enfim, o estopim é o acúmulo desbalanceado dessa proteína em várias partes do organismo, como rins e nervos.

A PAF é popularmente chamada de “doença dos pezinhos”. Isso porque os pés acusam a consequências primeiramente, com perda de sensibilidade à temperatura, formigamento e dor intensa. Ela traz outras consequências como diarreia, falta de apetite, desidratação, perda de peso, além de certa dificuldade para andar. Em seguida, meio que repentinamente, surgem outros distúrbios, como diarreia e outras alterações gastrointestinais.

Após cinco anos, parte dos enfermos já demonstra enorme dificuldade de se locomover. Transforma-se em real risco de morte quando rins e coração são atingidos. São centenas as suas mutações. Comumente, os portadores brasileiros manifestam a predominante também entre os portugueses, a V30M. Em 2018, o Ministério da Saúde incorporou o primeiro medicamento específico para PAF na rede pública.

Mundialmente, junho é destacado como Mês de Luta contra a PAF. É uma reverência ao neurologista lusitano Mário Corino da Costa Andrade, falecido no dia 16/ano 2005, seu descobridor nos idos de 1950.

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